Do medo à altitude: Victor Hugo, da dupla sertaneja, ressignifica a própria vida com sonho de voar

Victor Hugo, conhecido nacionalmente por formar uma das duplas mais expressivas do sertanejo ao lado de Diego, viveu até agora uma trajetória marcada não apenas pela música, mas por um contraste surpreendente: o medo profundo de voar. Após um episódio assustador em um avião, ele decidiu encarar de frente seus piores temores — e planejar um futuro onde, paradoxalmente, estaria no comando.

Em uma entrevista reveladora, Victor Hugo compartilhou que viveu momentos de pânico durante uma decolagem, quando viajava ao lado da cantora MC Mirella. Ele descreve a cena com franqueza: “fiquei apavorado com a pane do avião”. Esse medo, mais que um simples incômodo, era algo que o acompanhava há anos. Segundo ele, viajar de avião sempre foi algo restrito, algo que só fazia quando absolutamente necessário, por conta das apresentações da dupla.

Essa fobia quase paralisante, no entanto, não o impediu de sonhar grande — e esse sonho tomou forma de uma maneira inesperada. Motivado por uma mistura de curiosidade, coragem e superação, Victor Hugo resolveu estudar para pilotar. A decisão, para muitos, pode soar irônica: um homem que temia voar se preparando para comandar aeronaves. Mas para ele, trata-se de uma resposta simbólica e concreta à angústia que sempre carregou.

A trajetória da dupla Diego & Victor Hugo já é marcada por superações e sonhos. Eles construíram uma carreira sólida no sertanejo, com projetos ambiciosos, gravações de DVDs e uma legião de fãs. Agora, Victor Hugo enxerga no céu não apenas o palco de seus medos, mas o terreno onde pode reconstruir sua identidade. A aviação, para ele, representa liberdade — uma forma de domar o que antes lhe causava pavor.

A virada, claro, não foi fácil. Decidir seguir um curso para piloto exige mais do que audácia: demanda disciplina, investimento e foco. Ele admite que cada aula, cada simulação de voo, carrega a tensão envolvida no simples fato de estar mais perto das nuvens que, por muitos anos, o aterrorizavam.

Mas a maturidade também mudou sua relação com o risco. Para Victor Hugo, tornar-se piloto é mais do que realizar um antigo desejo — é resistir às limitações impostas pelo medo. É um gesto simbólico: não mais como passageiro apavorado, mas como alguém que, um dia, poderá guiar sua própria rota. Ele constrói uma jornada pessoal de libertação, ecoando em cada curva de asa a transformação de alguém que aprendeu a voar com a mente, antes mesmo de ter as mãos no manche.

Para o público, essa nova faceta da vida de Victor não diminui seu carisma de sertanejo nem sua força sobre os palcos. Pelo contrário: reforça sua humanidade, mostrando que até as figuras públicas mais fortes enfrentam batalhas internas — e que a superação, quando transformada em projeto de vida, pode se tornar uma das canções mais poderosas que alguém pode cantar.

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